Operação Forlands da Polícia Federal contra lavagem de dinheiro do narcotráfico
PF e Receita Federal miram esquema de lavagem de dinheiro do tráfico com construção civil no litoral de SC
Operação Forlands mira grupo ligado ao tráfico internacional de drogas que teria movimentado mais de R$ 100 milhões em 2024 por meio de investimentos em imóveis e veículos de luxo. A ação é um desdobramento da Operação Follow the Money, realizada em março de 2024.

Nesta quinta-feira (24/04/2025), a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal (RF) cumpriram sete mandados de busca e apreensão em Itapema (SC) e Curitiba (PR), contra um grupo criminoso suspeito de lavar dinheiro do tráfico internacional de drogas através da construção civil no litoral norte de Santa Catarina.
Segundo a investigação, o esquema está em expansão e movimentou mais de R$ 100 milhões apenas em 2024. A Receita estima ainda que o crédito tributário lançado deve superar R$ 30 milhões. Durante a operação, veículos de luxo e valores ligados aos suspeitos foram bloqueados pela Justiça Federal, embora os detalhes sobre o material retido não tenham sido divulgados.
Como funcionava o esquema, segundo a Receita Federal:
- O grupo criminoso criava empresas do setor imobiliário, voltadas à construção de prédios residenciais e comerciais com recursos provenientes do tráfico;
- Os imóveis eram vendidos a terceiros ou repassados para laranjas, permitindo a circulação do dinheiro ilícito;
- Além de lavar dinheiro, o grupo obtinha lucros adicionais, conferindo aparência de legalidade às operações;
- Veículos de luxo e caminhões também eram adquiridos com recursos do crime e registrados em nome de pessoas e empresas ligadas à organização;
- Em alguns casos, foram feitas revendas simuladas com valores subfaturados, facilitando o processo de lavagem.

Os mandados em Itapema se concentraram na região da Meia Praia, local de intenso crescimento imobiliário e considerada uma das áreas mais promissoras para investimentos no setor de imóveis no Brasil.
A Receita Federal destacou que o grupo é responsável por um sofisticado esquema de lavagem, utilizando empresas de fachada e movimentações financeiras estratégicas para esconder a origem ilícita dos recursos.
Durante a ação, 11 auditores-fiscais e analistas tributários da Receita Federal participaram das diligências, junto com agentes da Polícia Federal. Além de bloquear bens, a operação teve como foco interromper as atividades criminosas e descapitalizar a organização, que agora é alvo de ações fiscais por parte da Receita Federal.
A Operação Forlands reforça o trabalho integrado entre Receita Federal e Polícia Federal no combate ao crime organizado, especialmente no que diz respeito à lavagem de dinheiro ligada ao tráfico de drogas. As investigações continuam sob sigilo e novas ações não estão descartadas.
