Operação Carcará | Polícia Federal | Bahia
O Departamento de Polícia Federal (DPF) deflagrou na madrugada desta quarta-feira (10/11/2010) a Operação Carcará para prender sete prefeitos de municípios baianos e outras 39 pessoas envolvidas num esquema de desvio de verbas federais e fraude em licitações.
Considerada a maior operação da história da PF no Estado da Bahia, a Operação Carcará teve a participação de 450 policiais federais e o apoio da CGU (Controladoria-Geral da União) e do Ministério Público Federal.
Até o final do dia, foram cumpridos 82 mandados de busca e apreensão e 46 mandados de prisão. Entre os suspeitos presos há ainda secretários municipais, servidores públicos e empresários.
Foram presos os prefeitos Ivanilton Oliveira (PSDB), de Cafarnaum, Everaldo Caldas (PP), de Elísio Medrado, Joyuson Santos (PSDB), de Utinga, Agnaldo Andrade (PT do B), de Santa Terezinha, Antonio Miranda Junior (PMDB), de Aratuípe, Marcos Araújo (PR), de Lençóis, e Raimunda dos Santos (PSDB), de Itatim.
Os repórteres não conseguiram localizar os advogados dos presos.
A CGU estima que o prejuízo aos cofres públicos chegue a R$ 60 milhões. A investigação teve início há mais de um ano, a partir de denúncias envolvendo a empresa Sustare Distribuidora de Alimentos Ltda, sediada em Itatim, e outras do mesmo grupo empresarial.
Segundo o Delegado de Polícia Federal Cristiano Sampaio, que coordenou a operação, os suspeitos fraudaram licitações com acertos entre as empresas envolvidas, usaram notas fiscais frias e superfaturaram produtos e serviços.
Há indícios de desvio de verbas federais que seriam usadas para a compra de merenda escolar, medicamentos e obras públicas em 20 municípios baianos. O inquérito, no entanto, ainda não foi concluído.
A investigação apontou Edison dos Santos Cruz, que comanda o grupo de empresas, como o mentor do esquema. Ele, que também foi preso, negou que tenha cometido qualquer irregularidade.
Os suspeitos responderão pelos crimes de peculato, improbidade administrativa, estelionato, formação de quadrilha, fraude a licitação, modificação ilegal de contrato com pagamento antecipado e corrupção ativa e passiva.
Fonte: Folha Online