Como a Meta quer revolucionar a entrada de AR/VR com uma pulseira neural
Pulseira neural da Meta: um novo método de entrada para AR/VR
O líder da Meta revelou que a empresa lançará em breve um produto que usa uma pulseira neural para rastrear os movimentos dos dedos e permitir uma interação mais precisa e natural com dispositivos de realidade aumentada e virtual.
Zuckerberg anuncia a pulseira neural
Em uma entrevista ao programa Morning Brew Daily na última sexta-feira, Mark Zuckerberg afirmou que “nós estamos muito perto de ter algo aqui que nós vamos colocar em um produto nos próximos anos”. Ele se referia à pulseira neural que a Meta vem desenvolvendo desde que comprou a startup CTRL Labs em 2019. O fundador e CEO da CTRL Labs, Thomas Reardon, tem liderado o projeto dentro da Meta desde então.
A pulseira neural usa uma técnica chamada eletromiografia (EMG) para captar os sinais elétricos neurais que viajam do cérebro para os dedos através do pulso. Esses sinais podem ser decodificados para reconhecer os movimentos e intenções dos dedos com alta precisão e baixa latência. Reardon afirmou em 2021 que um avanço recente permitiu decifrar a atividade de neurônios individuais para “quase controle infinito sobre máquinas”.
A vantagem da pulseira neural sobre o rastreamento óptico
Atualmente, alguns dispositivos de AR/VR, como o Meta Quest e o Apple Vision Pro, já são capazes de rastrear os dedos usando câmeras e algoritmos de visão computacional. No entanto, esse método tem algumas limitações, como a dependência das condições de iluminação, a ocorrência de problemas de oclusão e a necessidade de movimentos mais amplos e visíveis das mãos.
A pulseira neural, por outro lado, poderia oferecer um rastreamento de dedos livre de oclusão, que funcionaria em qualquer ambiente e que permitiria um controle preciso de interfaces complexas com movimentos sutis da mão descansando no colo. Isso tornaria a pulseira neural um método de entrada ideal para fones de ouvido e óculos de AR.
Zuckerberg fez o anúncio da pulseira neural poucas semanas depois que a Apple lançou o Vision Pro com sua própria visão sobre o futuro da entrada, uma combinação de rastreamento ocular e rastreamento óptico de dedos que permite “olhar e beliscar”. Esse é um método rápido e intuitivo de seleção e “clique” que pode ser realizado com a mão descansando no colo, mas interações mais complexas do que um clique, como rolar e redimensionar, ainda exigem movimentos mais dramáticos da mão e as mãos devem estar visíveis para o fone de ouvido.
A Meta poderia estar esperando que sua pulseira neural permita uma manipulação precisa de menor esforço em qualquer cenário, um tanto semelhante ao mouse de um computador, mas com uma dimensão extra. E, de fato, combinada com uma superfície plana, a Meta afirmou anteriormente que será até precisa o suficiente para emular um teclado por volta de 2028.
A previsão de lançamento da pulseira
Em 2023, um roadmap interno de hardware AR/VR da Meta vazou para o The Verge, revelando detalhes sobre o Quest 3, a existência do fone de ouvido agora rumorizado de ser chamado de Quest 3 Lite, e o cancelamento do candidato de 2024 para o Quest Pro 2 em favor de um modelo mais ambicioso, mas “muito distante”. Mas este roadmap também mencionou que a Meta planejava lançar a pulseira neural junto com a terceira geração de óculos inteligentes Ray-Ban em 2025 como o método de entrada.
De acordo com esse roadmap, dois modelos da pulseira serão oferecidos em diferentes faixas de preço – um com a tecnologia de entrada neural apenas e outro que também tem um display e câmera para atuar como um smartwatch também. Uma segunda geração da pulseira também aparentemente atuará como o dispositivo de entrada para os verdadeiros óculos de AR que a Meta planeja lançar em 2027. Devemos, no entanto, notar que este plano ou o cronograma pode ter mudado no ano desde então.
É possível que a Apple também envie essa tecnologia em uma versão futura de sua linha de produtos Watch, embora não haja relatos até agora da Apple trabalhando em EMG de pulso.