Titan, maior lua do planeta Saturno, pode ser inabitável
Titã é a maior lua de Saturno e uma das mais intrigantes do Sistema Solar. Ela possui uma atmosfera densa, rica em nitrogênio e hidrocarbonetos, e uma superfície coberta por lagos e rios de metano líquido. Mas o que mais chama a atenção dos cientistas é o que se esconde sob essa crosta gelada: um oceano de água salgada, que poderia abrigar alguma forma de vida. Pesquisadores internacionais afirmam que o oceano de Titã é inabitável.
A busca por vida extraterrestre
A vida como a conhecemos na Terra depende de alguns fatores essenciais, como a presença de água líquida, de moléculas orgânicas e de uma fonte de energia. Por isso, planetas e luas com essas características são alvos das pesquisas por vida fora do nosso planeta. No Sistema Solar, alguns dos candidatos mais promissores são as luas oceânicas dos gigantes gasosos, como Europa, de Júpiter, e Encélado, de Saturno.
Titã também se enquadra nessa categoria, pois além de ter um oceano subterrâneo, ela possui uma superfície rica em compostos orgânicos, que são os blocos de construção da vida. Esses compostos podem ser transportados para o oceano por meio de crateras de impacto, criadas pela colisão de cometas e asteroides. Assim, o oceano de Titã poderia ter as condições de habitabilidade que se pensava.
Uma descoberta desanimadora no oceano inabitável de Titã
No entanto, um estudo recente, publicado na revista Astrobiology, pode ter frustrado as esperanças de encontrar vida em Titã. Os pesquisadores usaram dados de crateras de impacto para estimar a quantidade de moléculas orgânicas que foram transferidas da superfície para o oceano ao longo da história da lua. Eles descobriram que essa quantidade é muito baixa e insuficiente para desencadear a formação de vida.
Segundo os autores, o oceano de Titã é muito profundo, cerca de 100 quilômetros abaixo da superfície, o que dificulta a mistura de material orgânico. Além disso, o oceano é muito salgado, o que reduz a solubilidade das moléculas orgânicas. Outro fator que limita a habitabilidade é a falta de uma fonte de energia, como a luz solar ou o calor geotérmico, que possa impulsionar as reações químicas necessárias para a vida.
O fim da última esperança?
A descoberta sobre o oceano de Titã pode ter acabado com a última esperança de encontrar vida extraterrestre no Sistema Solar, segundo os pesquisadores. Eles afirmam que, se Titã, que é a lua mais promissora, não tem vida, as chances de as outras luas terem são ainda menores. No entanto, eles reconhecem que ainda há muitas incertezas e que novas missões espaciais podem revelar surpresas.
Uma dessas missões é a Dragonfly, da NASA, que pretende enviar um drone para explorar a superfície e a atmosfera de Titã. A previsão é que a missão seja lançada em 2027 e chegue à lua em 2034. A Dragonfly poderá coletar amostras, medir a composição química e buscar sinais de atividade biológica ou pré-biótica em Titã.
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