Prisão do advogado Fernando José Mesquita | Operação Parceria | CIAP | OSCIP | Londrina/PR
Fernando José Mesquita, que representa o presidente do Ciap, Dinocarme Aparecido Lima, teve a prisão temporária decretada pela Justiça; ele é um dos investigados na Operação Parceria
O advogado Fernando José Mesquita se apresentou ontem pela manhã (13/05/2010) à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Mesquita e outras 13 pessoas tiveram a prisão temporária decretada pelo juiz da 2 Vara Federal Criminal, Sérgio Moro, no início da semana, por envolvimento no desvio de mais de R$ 300 milhões em recursos federais por meio da Organização da Sociedade Civil de Interese Público (Oscip) Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap).
Mesquita é o advogado de Dinocarme Aparecido Lima, presidente do Conselho Administrativo do Ciap. Dinocarme e outras dez pessoas foram presas na última terça-feira (11/05/2010), quando foi deflagrada a ”Operação Parceria”. Fernando José Mesquita está preso na carceragem da Polícia Federal, na capital.
No Paraná, duas pessoas ainda estão foragidas – um deles seria o filho de Dinocarme. Um advogado informou à PF que mais um suspeito se apresentaria ontem, mas até o fechamento da edição a notícia não foi confirmada. Com base no que foi apurado pela investigação deflagrada ontem, a ”Operação Parceria” teve ações de cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão no Paraná e em outros quatro Estados (Goiás, Maranhão, Pará e São Paulo).
A 2a Vara Federal de Curitiba, responsável por crimes de lavagem de dinheiro no Paraná, centraliza as investigações. Agentes da Controladoria Geral da União (CGU), da Receita Federal e da Polícia Federal estão analisando o material apreendido durante a ”Operação Parceria”.
A investigação foi iniciada 2008 pela Controladoria Geral da União (CGU). Nos últimos cinco anos, o Ciap teria recebido cerca de R$ 1 bilhão do Governo Federal.
Advogado se apresenta à PF em Curitiba
Fernando José Mesquita, considerado peça-chave no esquema, entregou-se ontem de manhã
O advogado Fernando José Mesquita, considerado peça-chave na investigação sobre o Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap), sobre desvio milionário de recursos públicos entregou-se no final da manhã de ontem (13/05/2010), em Curitiba, onde estava escondido. Ele era considerado foragido desde terça-feira (11/05/2010), quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Parceria, cumprindo 14 mandados de prisão – 11 pessoas foram presas, sob a acusação de envolvimento no esquema. Suspeita-se que cerca de R$ 300 milhões foram desviados nos últimos 5 anos – R$ 10 milhões somente em Londrina, onde 6 foram presos. No mesmo período, a entidade teria faturado R$ 1 bilhão. O Ciap mantém contratos com a Prefeitura de Londrina no valor de R$ 47 milhões.
“Ele está recolhido na carceragem da Polícia em Curitiba, e vai ficar à disposição da Justiça”, afirmou Marcos Koren, coordenador de comunicação da PF no Paraná. Segundo ele, a entrega foi incondicional e não há nenhum tipo de troca com a apresentação do advogado. “Foi [entrega] incondicional. Apenas porque ele sabia que a polícia estava perto de realizar a prisão. Então preferiu se adiantar para evitar maiores problemas e constrangimentos”, afirmou.
Sem dizer onde, Koren confirmou que o advogado estava “escondido” em Curitiba. “Estávamos a um passo de pegá-lo. Mas não posso dizer onde”, explicou. De acordo com o delegado da PF em Londrina, Evaristo Kuceki, Mesquita seria um dos cabeças do esquema. “Por ser advogado, ele conhece tudo sobre os convênios, sobre a organização”, explicou. Segundo Kuceki, o advogado não quis falar sobre o assunto. “Ele se reservou no direito de ficar em silêncio”, disse.
A polícia ainda procura dois foragidos. Até agora, estão presas 12 pessoas, entre elas proprietário do Ciap, Dinocarme Aparecido Lima.
Na Câmara
Os vereadores Gérson Araújo e Roberto Kanashiro, da bancada do PSDB, apresentaram ontem um projeto de decreto legislativo, no qual pedem que os contratos da prefeitura com o Ciap sejam sustados e tornados sem “nenhum efeito”. Os tucanos disseram que não pretendem pedir urgência para o projeto, embora admitam que se os outros vereadores tiverem outro entendimento, o projeto pode ser puxado para a pauta na sessão da próxima terça-feira (18/05/2010). “Pretendemos discutir bem (o projeto) para não criar problemas com os funcionários. Prefiro uma discussão tranquila”, justificou.
Além de sustar os contratos, o projeto de decreto legislativo prevê que o Poder Executivo ficaria autorizado a “firmar contrato emergencial ou contratar com dispensa de licitação empresa idônea para assumir os contratos”, até que a Prefeitura realize uma licitação.
Fonte: Jornal de Londrina