VANT VT-15 | Exercício Agulhas Negras | Exército Brasileiro
Ele é um avião de controle remoto usado para reconhecer terreno e identificar alvos para armas de artilharia, segundo o Major Ademir Rodrigues Pereira, do CTEx (Centro Tecnológico do Exército).
Ontem, 07/10/2010, três VANTS simularam este trabalho no Exercício Agulhas Negras, durante a maior manobra já realizada pelo Exército no Sudeste em 2010. Nela, 4.500 militares simularam a defesa da região contra um hipotético exército de invasão estrangeiro.
Diferente do Departamento de Polícia Federal, que comprou um VANT produzido em Israel para patrulhamento de fronteiras, o avião do Exército foi desenvolvido inteiramente no Brasil.
O primeiro projeto começou em 2004 e foi coordenado pelo Ministério da Defesa.
Mas, no início de 2007, o VANT ainda não estava pronto para missões reais.
Por isso, as tropas brasileiras em missão de paz da ONU adaptaram câmeras de vídeo em aeromodelos para sobrevoar a favela de Citè Soleil – que abrigava o último grupo rebelde do Haiti.
Os aviões fizeram dezenas de missões de identificação de atiradores, barricadas e fossos antitanque.
“Eles tinham também um compartimento acionado por controle remoto que usávamos para jogar panfletos de propaganda que davam avisos e explicavam para a população o trabalho da ONU”, disse o Coronel R1 Cláudio Barroso Magno, que comandou do batalhão brasileiro da ONU no Haiti.
Esses aviões “artesanais” não possuíam grande autonomia de vôo ou sistemas de GPS e de piloto automático.
“Não eram aviões operacionais militares. Nós os usávamos para obter um resultado psicológico, para eles [rebeldes e criminosos] saberem que os estávamos observando”, disse o General Carlos Alberto dos Santos Cruz, Comandante da 2a Região Militar.
Segundo ele, a primeira geração do VANT desenvolvida pelo Exército ficou pronta ainda em 2007 e exemplares chegaram a ser usados em testes no Rio Grande do Sul e também no Haiti -porém, quando não havia mais grandes combates no país.
VT-15
Já a nova geração do VANT, batizada de VT-15 e usada ontem (07/11/2010), começou a ser desenvolvida em 2008 pelo CTEx com a empresa ACS.
“Há uma variedade muito grande de VANTS no mercado internacional, é possível comprar, mas também nos interessa o desenvolvimento tecnológico, para que não haja dependência”, disse o Gen Santos Cruz.
O desempenho do VANT na missão será avaliado. Se o resultado for bom, o Exército Brasileiro pode começar a produzi-lo em larga escala.
Fonte: Folha de S.Paulo